Carreira

Ao longo da minha carreira sempre encontrei grandes amigos, a começar por meu pai, que desde cedo me incentivou, quando eu fazia esculturas de areia. Depois foi o mestre Fernando Odriozola, a quem devo os principais agradecimentos. Certa vez perguntei: "Fernando, o que é Surrealismo?". Sem responder, ele me convidou para caminhar na praia. Em determinado momento nos sentamos e ele apenas falou: "Sinta o vento!". Depois de algum tempo perguntou se eu já sabia o que era surrealismo. Eu disse que não, então ele pediu para que olhasse o mar, as ondas, o quebra-mar, e que observasse as marcas que o mar deixava na praia. Depois disse: "O mar, a praia, o vento, o quebra-mar, representam o realismo. As ruínas trazidas pelo quebra-mar, as marcas na praia, são o surrealismo". 
Obrigado, Odriozola, pela primeira lição de arte.

"No entanto, a maior de todas as artes é poder viver e compartilhar a união com o ser" (Gilmar Pinna)

O melhor momento de minha vida é quando estou esculpindo, extravasando minhas emoções em formas vivas e extraindo de materiais duros e inanimados a leveza dos movimentos. Após 20 anos seguindo nesse meu caminho, cada vez mais fico surpreso em relação ao mundo da arte por saber que, na verdade, sempre tentamos copiar as coisas do grande mestre do universo, o que torna cada vez mais difícil e árduo o desafio. No inevitável processo de autocrítica, que muitas vezes até nos entristece, a cada trabalho realizado descobrimos erros que vamos tentar corrigir na próxima obra, e assim por diante. 

No entanto, a maior de todas as artes é poder viver e compartilhar a união com o ser humano, com o próximo. Encontrar e cultivar gente amiga, amável e sensível representa o êxtase da arte e da vida. Esta, sem dúvida, é a forma de arte que mais me inspira. Viver os amigos, senti-los perto, amá-los, é o que nos permite levar um trabalho adiante. Sem esse tipo de amor, sem o reconhecimento das pessoas, certamente não existiria o Gilmar escultor, pois eu sempre tento transformar o encanto das pessoas em obra de arte.
Aproveito a ocasião para também agradecer a todos aqueles que, de alguma maneira, permitiram a realização desta exposição:
A Deus, pelo dom que me deu.

A Domingos Vitiello Ciryllo Netto, da Sanko, pelo coração aberto com o qual me amparou e acolheu. Jamais esquecerei da lição que aprendi contigo: ser...ser humano. Obrigado irmão.
Ao companheiro Solon Siminovich, da Tom Brasil, pela inteligência e pela capacidade de reconhecer valores.
Ao amigo Claudine Salvador Ruiz, da Super-Inox, todo o carinho pela atenção dedicada na escolha da matéria-prima da minha obra.
Ao amigo e irmão Edmund Curiati Adad, por sem fazer sempre presente nas minhas emoções.
Ao parceiro Nelson Martins, a quem dedico todo o meu carinho.
Ao jornalista Luiz Ernesto Kawal, que deu o primeiro passo para levar minha obra para São Paulo.
A Vilma Peramezza, que abriu o Espaço Cultural do Conjunto Nacional para mostrar minha arte.
A Nilce Signorini, prefeita de Ilhabela, por apoiar um artista local.
Ao secretário estadual da Cultura, Marcos Mendonça, pela sensibilidade em relação à arte brasileira.
Ao Banco do Brasil, por estar sempre ao lado de nossa Cultura, em todos os aspectos.
À lacocca Assessoria de Marketing Cultural, que tornou o sonho desta exposição uma realidade.

À minha família, pelos 20 anos de apoio e incentivo.
Ao povo de Ilhabela, a quem dedico todo meu amor.
Do amigo escultor

Gilmar Pinna.

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